Recusa alimentar: Meu filho só come “bobagens”

O que fazer quando nossos filhos só querem comer o que não é saudável? Como convencê-los a comer alimentos saudáveis? Saiba como lidar com a recusa alimentar!

“Meu filho não quer comer frutas, legumes e qualquer alimento saudável, mas adora comer alimentos industrializados e outros que não proporcionam nutrição alguma”. Essa é uma queixa comum entre os pais que vão ao pediatra, querendo que o médico lhe dê um manual sobre o que fazer.


Um dia um amigo me disse que o pediatra, após ele reclamar que o filho só queria saber de comer “besteiras” como bolacha recheada, salgadinhos embalados, balas, etc, lhe perguntou: "Quem compra esses “alimentos” e leva para a casa?".

Esse meu amigo, com muita vergonha, disse que ele e a sua esposa quem faziam as compras. Assim entendeu, perfeitamente, que o seu filho só iria comer o que estivesse na dispensa ou armário.

Com toda a certeza, na sua casa não é diferente. Afinal, as crianças não vão ao supermercado sozinhas realizar as compras, certo?

Meu filho só come "bobagens"
Pixabay/Shirley810

Como fazer uma criança comer alimentos saudáveis, sem recusa alimentar?

Não existe um manual para que as crianças comam segundo suas regras. Mas, você pode seguir muitas dicas de pais que já passaram por essa experiência e conseguiram introduzir alimentos saudáveis na alimentação dos filhos.

O primeiro passo que você deve dar é no supermercado, ou seja, com as suas compras. Nada de levar para a sua casa alimentos industrializados, se é isso que você não quer que o seu filho coma.

Isso significa que você deve incluir nas suas compras frutas, legumes, verduras, enfim, tudo o que for saudável.

Bolacha? O mercado oferece vários tipos de bolachas saudáveis e você pode acostumar o seu filho desde muito pequeno a optar por elas. O ideal é fazer bolacha em casa, já que existem muitas receitas saudáveis. Além disso, você aproveita para fazer junto com a criança e se divertir.

Troque o iogurte comum pelo iogurte natural e ensine o seu pequeno a tomá-lo. Mas, caso ele não se adapte, basta bater o iogurte com frutas naturais. Fica uma delícia e muitas crianças aprovam. 😋

Uma boa dica é passar por um nutricionista para que ele lhe passe um cardápio, de acordo com a faixa etária do seu filho e suas necessidades. Essa é uma forma de ajudar toda a família também a adquirir hábitos saudáveis na alimentação.

Aproveite e faça bolos de sabores naturais, ou seja, nada de mistura para bolos. Mas sim, um delicioso bolo de fubá, cenoura, laranja, banana, milho verde, entre outros.

Troquei a oferta de alimentos na dispensa, mas meu filho não quer comer, o que faço?

Alimentação saudável
Pixabay/Gellinger
Se nada disso deu certo, você precisa usar a sua imaginação. Que tal fazer desenhos com os alimentos no prato? Você pode usar a sua criatividade nessa hora para instigar o seu filho a comer.

Conte também histórias em que o personagem principal conseguiu a força que tem ao comer determinados alimentos.
Lembre-se de que precisamos comer 10 vezes a mesma coisa para ter certeza de que realmente não gostamos, de acordo com os especialistas. Então, nada de ceder a um “não quero", "não vou comer", "não gosto”, mas sinta-se capaz de levar saúde e nutrição adequada ao seu filho.

Eu sei que é bem mais fácil ceder a uma batata frita do que fazer com que a criança aceite a batata assada ou refogada, por exemplo. Mas, nada de preguiça nessas horas! Afinal, pode custar a saúde do seu próprio filho, não acha?

Recusa alimentar infantil é normal ou preocupante? 


De acordo com especialistas, é importante entender por que o seu filho está rejeitando determinados alimentos. Os pais devem estar sempre atentos ao comportamento da criança ao rejeitar alimentos. 

Em muitos casos, os pequenos só estão tentando se comunicar. Além disso, tenha em mente que a mudança de apetite durante o crescimento é normal. Portanto, as crianças passam por uma fase de recusa a determinados tipos de alimentos. 

Mas, se isso ocorrer por mais de 30 dias, converse com o pediatra para que ele investigue para evitar problemas. Saiba que a seletividade alimentar começa a ficar grave e tem causas comportamentais e/ou orgânicas, como aponta o Revista Saúde. 

Ou seja, crianças seletivas demonstram agitação durante a refeição, irritabilidade, birras, negociação do alimento e até aparente falta de apetite. É importante entender também que os hábitos familiares exercem grande influência sobre a alimentação das crianças. 

Por exemplo, uma família que se senta à mesa para a refeição e abre espaço para discussões e brigas, leva o pequeno a associar a hora de comer com um momento ruim. Outras causas podem vir de hábitos em que os familiares não se sentam à mesa ou fazem a refeição com distrações, como televisão, celular e outros. 

Os pequenos não podem ter distrações à mesa, pois precisam aprender a reconhecer os alimentos. Assim sendo, a temperatura, sabor, textura, movimentos para mastigação e estruturas.  

É fato que obrigar a criança a comer, fará com que a recusa alimentar ganhe força. Assim também ocorre quando os pais oferecem recompensas. 

Lembre-se de que é normal as crianças recusarem determinados alimentos nas primeiras vezes em que são oferecidos. Portanto, é preciso ter paciência e oferecê-lo de 10 a 20 vezes, sem desistir e forçar. 

Postado em: 16 de junho de 2016 | Atualizado em: 14 de abril 2020.

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