Por que o diagnóstico de autismo em meninas é mais difícil de ser feito?


Você sabia que o diagnóstico de autismo em meninas é mais difícil de ser feito? Entenda aqui por que isso acontece e quais são os comportamentos mais importantes para diagnosticar o TEA.

Acreditava-se que, a cada quatro meninos, uma menina era diagnosticada com autismo. Porém, estudos recentes apontaram que essa estimativa pode ser um pouco menor.

A explicação é que, em meninas, nem sempre os sintomas são perceptíveis. A dificuldade no diagnóstico de autismo em meninas pode fazer com que muitas passem por uma longa jornada até se obter o diagnóstico correto.
Pixabay: ArtsyBee
Mas, por que é difícil identificar, precocemente, o autismo em meninas? Veja alguns pontos!

·         A maior dificuldade, entre as meninas com TEA, não é de socializar com outras crianças, mas sim em ter contato com estranhos.
·         Tendem a ser muito organizadas e desenvolvem muito a imaginação e criatividade.
·         Meninas com TEA imitam comportamentos sociais.
·         Raramente as meninas com autismo leve apresentam problemas de linguagem.
·         As meninas com autismo leve se socializam bem.
·         Elas apresentam bom rendimento escolar, já que tendem a ter boa memória.
·         Meninas não costumam apresentar interesses específicos.
·         Quando apresentam autismo leve, têm alguns momentos de isolamento, especialmente se tiveram que passar por fortes emoções.
·         Não apresentam características físicas padronizadas (assim como os meninos).
·         Costumam ser exageradas ao expressar suas emoções.
·         São bastante sensíveis a sons e luzes.

Comportamentos que podem apontar autismo em meninas


Pixabay: Free-Photos
Antes de listar aqui alguns comportamentos que podem apontar autismo em meninas, é importante saber que somente um especialista poderá dar o diagnóstico. Porém, vale ficar atento a alguns sintomas.

Além disso, saiba que os sintomas são similares entre meninos e meninas, especialmente quando menores. Confira uma lista de atitudes para se observar e que podem apontar suspeitas de TEA nas crianças!

1. Não faz contato visual


Uma pessoa com autismo não consegue ter contato visual, olho no olho. Existem pacientes que não olham nunca para o rosto e olhos de outras pessoas. Mas também existem os que olham pouco, que olham de forma diferente ou de forma sustentável. O paciente também pode olhar de forma rápida ou até lateral. Outra característica é olhar para a pessoa e dar a impressão de não estar enxergando-a, como informa a Dra Maria Claudia Brito em seu canal.

2. Parecer que não escuta


É muito comum os pais e professores chamarem a criança e ela parecer não ouvir, pois não olha. Algumas são diagnosticadas, erroneamente, com problemas de audição.

3. Possui hipersensibilidade auditiva


Crianças com autismo leve apresentam alteração sensorial. Ou seja, quando está em um ambiente agitado, barulhento, costumam colocar as mãos na cabeça ou gritam.

4. Não reagir ao estado emocional as pessoas


Esse é um dos sintomas mais difíceis de serem diferenciados, já que é similar ao da timidez. Enquanto uma menina tímida sabe como reagir em relação ao estado emocional de uma pessoa, a criança autista não tem essa percepção.

5. Não interagir com outras crianças


No geral, uma criança com espectro autista não interage com outras crianças, seja na escola ou outros locais. Por exemplo, em uma roda em que as crianças estão sentadas para uma atividade, a portadora de TEA prefere se isolar. Inclusive, ela não interage com os amigos durante as brincadeiras.

6. Tem atraso na fala


Muitas crianças passam por esse problema e não significa ser portadora de TEA, portanto, só um profissional poderá diagnosticar. E atenção! Também existem crianças com autismo leve que fala bem desde muito cedo. A diferença apresentada por pacientes pequenos é o fato de que a fala não tem intenção comunicativa.

7. Não ter noção de perigo


A criança não tem medo de cair, escala tudo o que conseguir, enfim, não tem medo de que algo possa lhe acontecer.

8. Costuma apontar para pedir algo


A criança aponta o que quer, como água, mas não aponta para mostrar algo que seja interessante.
Essas são algumas das características marcantes em crianças com TEA. Além disso, é importante saber que as meninas apresentam menos sintomas externalizantes. Ou seja, elas apresentam menos raiva, comportamentos estereotipados e agressividade se comparadas aos meninos. Portanto, os sintomas podem ser sutis.

Portanto, em caso de suspeitas, converse com o pediatra!

Meninas autistas podem não receber tratamento por falta de diagnóstico


Pixabay/JillWellington
Em abril desse ano o G1 publicou uma matéria, em prol do Dia Mundial do Autismo, com dados que revelam que muitas meninas podem não estar recebendo tratamento por não serem diagnosticadas com autismo.

Por serem confundidas com pessoas tímidas e introvertidas, algumas dessas meninas acabam tendo esse problema como algo invisível. Isso acontece mais do que podemos estimar, já que o nível de funções cognitivas e intelectuais variam bastante entre os autistas.

Conforme apontou a Organização Mundial de Saúde, há uma estimativa de que 1 a cada 160 crianças tenha TEA no mundo todo. Porém, não foi o que apontou os números oficiais no Reino Unido, indicando que cerca de 700 mil pessoas têm o problema.

Vale salientar que existe uma vasta disparidade nos diagnósticos por gênero, de acordo a OMS. Ou seja, uma proporção que indica que a cada 10 homens, uma mulher sofre com espectro de autismo. Já o índice apontado por outros estudos, realizados em diversas partes do mundo, indicam uma proporção de 16 para 1.

Esses novos estudos apontam que os parâmetros de diagnóstico podem ser tendenciosos, em relação ao gênero. Conforme a diretora do Centro para o Autismo da Sociedade Nacional Autista Britânica, Carol Povey, há uma conscientização sobre esse fato.

Pesquisas que foram realizadas no Reino Unido para detectar características de TEA em mulheres sugerem que a proporção possa ser de 3 para 1, entre homens e mulheres autistas.

Essas pesquisas insinuam um número bastante alto de mulheres e meninas que podem estar convivendo com autismo, sem ser diagnosticadas.

Por: Andreia Silveira, casada e mãe de duas lindas meninas. Redatora e editora (também dona de casa). Adora compartilhar dicas e experiências com outras mamães e papais.

Comentários

  1. Olá! Certamente eu desconhecia essa diferença no diagnóstico. Muito obrigado por compartilhar esse conhecimento. Muito bom o texto.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada por comentar no CasaCasamentoeFilhos, Emílio!

      Sim, muitos sinais podem passar despercebidos e isso faz com que o diagnóstico demore mais.

      Excluir

Postar um comentário

Gostou desse artigo? Então deixe um comentário e me ajude a aprimorar!